A Anvisa optou em manter proibida a venda de cigarros eletrônicos
Na sexta-feira, dia 19/04, a Anvisa decidiu manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. A decisão reflete a preocupação com os possíveis danos à saúde associados a esses produtos.
O encontro realizado ontem, anteriormente adiado, demonstrou a inquietação quanto aos potenciais riscos à saúde associados ao uso desses dispositivos. Mesmo com a proibição da comercialização dos cigarros eletrônicos a partir de 2009, sua presença no mercado tem aumentado, especialmente, entre os jovens e levanta vários questionamentos sobre os impactos na saúde pública.
A Anvisa destacou a necessidade de uma abordagem abrangente e cuidadosa para lidar com essa questão complexa.
Alerta às ameaças à saúde
Apesar de serem comercializados como uma alternativa menos prejudicial aos cigarros convencionais, os cigarros eletrônicos contêm nicotina, uma substância psicoativa que causa dependência. A maioria dos vapes contém nicotina líquida, que, quando inalada, chega rapidamente ao cérebro, proporcionando uma sensação imediata de prazer. Além da nicotina, os cigarros eletrônicos contêm diversos outros compostos químicos, muitos dos quais são considerados tóxicos e cancerígenos.
Estudos têm associado o uso de cigarros eletrônicos a doenças como asma e aumento da rigidez arterial, aumentando o risco de infarto agudo do miocárdio. Testes laboratoriais demonstraram que os cigarros eletrônicos podem ser carcinogênicos para pulmões e bexiga.
Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, um surto de doença pulmonar entre usuários de cigarros eletrônicos foi registrado nos Estados Unidos, com quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas.
Legislação
Uma análise rigorosoa foi feita pela Anvisa, do Projeto de Lei (PL) 5008/2023, em tramitação no Senado, que propunha permitir a produção, importação, exportação e consumo de cigarros eletrônicos no Brasil.
Atenção especial com os jovens
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019, aproximadamente 16,8% dos estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos já experimentaram cigarros eletrônicos. O estudo entrevistou adolescentes das redes pública e privada de ensino.
O Brasil é reconhecido internacionalmente por suas políticas de controle do tabaco, tendo implementado todas as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2019 para reduzir o consumo de tabaco e proteger a população das doenças relacionadas ao tabagismo.
A conscientização dos perigos dos cigarros, tanto eletrônicos como os convencionais à saúde depende de mais divulgaçao de informações e de mais pesquisas atualizadas. Há a necessidade da crescente e constante importância dada à prevenção e ao conhecimento sobre os riscos associados aos cigarros, à nicotina e ao tabaco e com as suas consequências irreversíveis causadas à saúde humana.