Crime brutal no Brasil assemelha-se a outros acontecidos nos EUA: acende a luz de alerta urgente pela proteção intensificada às mulheres e às crianças e leis mais severas


Casos chocantes de assassinatos de mulheres grávidas no Brasil e nos Estados Unidos revelam a extrema crueldade de crimes que envolvem o roubo de bebês e expõem a urgência de medidas mais eficazes para a proteção de mulheres e crianças.

No Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, uma mulher grávida foi atraída pelas redes sociais por uma criminosa que planejava roubar seu bebê. A vítima foi morta brutalmente, e a assassina tentou enganar as autoridades, fingindo que havia dado à luz. O caso deixou a população em choque pela frieza e premeditação do crime, evidenciando a facilidade com que as redes sociais podem ser usadas como ferramentas para atrair vítimas.

— É diabólico. Minha filha foi na inocência pegar os presentes e foi morta — afirmou a mãe de Paula Janaína Ferreira Melo, que, segundo a polícia, foi assassinada aos 25 anos por uma mulher que, segundo a Polícia Civil, tentou roubar o bebê que ela gestava.

A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira, 16 de outubro, uma mulher de 42 anos envolvida em um crime que resultou na morte de uma gestante de 25 anos. O incidente ocorreu em um apartamento no bairro Mario Quintana, onde a suspeita, moradora do mesmo condomínio, teria atraído a vítima com promessas de presentes, roupas e um carrinho para o bebê.

De acordo com as investigações, a mulher planejou o crime. Após atacar a jovem, ela retirou o bebê de 9 meses da barriga da mãe e simulou um parto. O corpo da vítima foi encontrado escondido debaixo da cama em um dos quartos do apartamento. O bebê não sobreviveu ao procedimento.

O caso começou a ser investigado quando a mulher foi levada ao hospital, acompanhada do bebê sem vida, após chamadas de vizinhos ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Inicialmente, ela relutou em realizar exames, mas acabou sendo convencida pelos médicos. Os resultados dos testes geraram suspeitas, levando a equipe hospitalar a alertar a polícia.

A delegada responsável pela investigação revelou que a suspeita criou uma narrativa, alegando ter dado à luz em casa. – Ela montou uma cena com sangue e o bebê entre suas pernas. – Destacou a delegada, ressaltando o impacto emocional que o caso causou.

Investigações revelaram que a suspeita conhecia bem a família da vítima e tinha um histórico de tentativas frustradas de engravidar. Atraindo a gestante para seu apartamento sob a desculpa de presenteá-la com roupas de bebê e um carrinho, a criminosa, após cometer o ato, ainda fez esforços para limpar o local e encenar o parto, inventando que a criança nasceu no mesmo dia de seu aniversário, 14 de outubro.

A Polícia Civil está agora investigando a possível participação do marido da suspeita, que já prestou depoimento e foi liberado. A mulher deverá ser indiciada por homicídio, ocultação de cadáver e aborto.

Este caso tem chocado a comunidade de Porto Alegre, levantando questões sobre a segurança e os extremos a que algumas pessoas podem chegar em busca de maternidade.

Nos Estados Unidos, um crime semelhante aconteceu em 2020, quando Taylor Parker, de 29 anos, foi condenada à morte pelo assassinato de sua amiga grávida, Reagan Simmons-Hancock. A vítima foi esfaqueada mais de 100 vezes, e seu bebê foi retirado do útero. Parker havia mentido para o namorado sobre estar grávida, o que a levou a cometer o crime com o objetivo de manter a farsa. O bebê não sobreviveu.

Outro caso que causou grande comoção foi o de Lisa Montgomery, nos Estados Unidos, em 2004. Ela foi acusada de tirar a vida de Bobbie Jo Stinnet, que estava no final de sua gestação, com o objetivo de levar o bebê consigo. Montgomery chegou à casa da vítima sob o pretexto de estar interessada em comprar filhotes de cães que Stinnet criava e vendia. Após o crime, ela tentou apresentar o bebê como seu. O caso gerou um debate intenso sobre saúde mental e comportamentos extremos associados a falsas gravidezes.

Os crimes, apesar de ocorrerem em países diferentes, revelam um padrão assustador de violência contra gestantes e crianças. Em ambos os casos, as vítimas foram mortas por mulheres que utilizaram a confiança que tinham com elas para atrair e executar o crime.

Esses episódios mostram a vulnerabilidade das mulheres grávidas e a urgência de criar mecanismos de proteção mais eficazes. Além da punição severa para os autores desses crimes, é fundamental fortalecer políticas de segurança e conscientização para prevenir que tais tragédias ocorram novamente.

A violência contra mulheres e crianças é uma questão que deve ser tratada com seriedade pelas autoridades, e medidas urgentes precisam ser adotadas para garantir a proteção de vidas inocentes. A justiça, embora necessária, perante a gravidade dos casos não pode trazer de volta as vidas ceifadas de forma tão brutal, mas busca pelo menos amenizar a dor dos familiares e dos amigos da vítima ao condenar e tirar do convívio social os criminosos, impossibilitando-os de cometerem novos crimes. Ainda, lançando um apelo incessante por medidas de proteção.

📷 Reprodução G1 – Divulgação PRF