Crise no Agronegócio Gaúcho: SOS AGRO RS mobilizou milhares de produtores rurais e entidades em protesto
O movimento SOS AGRO realizou uma grande mobilização em Cachoeira do Sul, reunindo milhares de produtores e entidades em um protesto enérgico no ginásio da Fenarroz, em 04 de julho. Os participantes, incluindo líderes do agronegócio gaúcho, exigiram medidas imediatas do governo federal diante da prolongada demora em oferecer socorro ao setor.
Organizado por diversas entidades representativas do setor produtivo, o movimento destacou a urgência das necessidades do agronegócio após uma catástrofe climática que devastou aproximadamente 470 municípios há mais de dois meses, resultando em prejuízos financeiros estimados em cerca de R$ 4,5 bilhões, conforme dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Mais de 200 mil propriedades rurais foram severamente impactadas, representando um terço das propriedades registradas no último censo agropecuário.
O deputado Luciano Zucco (PL-RS), autor do Projeto de Lei 1536/2024, que propõe o perdão e o adiamento das dívidas agropecuárias, esteve presente no evento e enfatizou a gravidade da situação. Zucco lamentou os danos causados pelas fortes chuvas, que arrastaram solos, cobriram lavouras com lama e areia dos rios, e destruíram rebanhos, galpões e equipamentos. Ele criticou a falta de um plano estratégico eficaz para reerguer o agronegócio, ressaltando que as promessas até agora feitas pelo governo não foram cumpridas.
O PL 1536, aprovado por unanimidade na Câmara, prevê financiamentos para custeio agropecuário, comercialização e investimento rural em municípios em estado de calamidade pública ou emergência. No entanto, aguarda análise no Senado para ser enviado à sanção presidencial. Zucco manifestou indignação com a demora na implementação de medidas urgentes, observando que uma Medida Provisória teria efeito legislativo imediato e poderia ter sido adotada pelo Palácio do Planalto.
As demandas do Movimento SOS AGRO incluem a prorrogação das dívidas por 15 anos, com dois anos de carência e taxa de juros de 3% ao ano, além de créditos para reconstrução, capital de giro e anistia de dívidas. Também são solicitadas condições favoráveis no Pronaf e Pronamp, linhas de crédito para reconstrução de propriedades e assistência técnica, e um auxílio emergencial de um salário mínimo por seis meses para famílias rurais.
A mobilização em Cachoeira do Sul reflete a necessidade urgente de ações concretas para preservar o agronegócio gaúcho, que enfrenta uma das piores crises de sua história. As entidades e produtores esperam que o governo federal atenda às demandas apresentadas pelo movimento, assegurando a sobrevivência e recuperação das propriedades rurais e da economia agrícola do estado.
Fonte: Agrolink