Escritora e Poetisa sepeense Eliane Kilian da Silva compartilha sua trajetória literária e destaca o compromisso com a poesia
Neste novo contexto de trabalho, o Jornal A Fonte conversou com Eliane Kilian da Silva, Escritora e Poetisa, natural de Restinga Sêca/RS, que, desde os 06 meses de vida, juntamente, com seus pais veio residir em São Sepé/RS, aqui encontrou o seu lar e seu coração tornou-se sepeense.
A formação educacional de Eliane teve início na escola pública, frequentou o Grupo Escolar Clemenciano Barnasque, Colégio São Sepé (CESS) e também, estudou na escola particular Madre Júlia (MAJU), culminando na graduação em Letras Português, da UNIPAMPA, no Polo Sepé Tiaraju.
Eliane conta que em 1982 foi aprovada no vestibular de Letras Português e Inglês, mas não cursou, ela não estudou por alguns anos, logo depois que completou o 2º Grau, o atual Ensino Médio e o Curso de Técnico em Contabilidade, pois foi trabalhar, casou-se, teve 03 filhos, só voltou aos estudos quando os seus filhos já estavam crescidos, uma menina já adolescente e os outros dois, adultos. Sua graduação em Letras Português ocorreu quando ela já estava com 56 anos de idade.
Na sua carreira de ensino, utilizou bastante a escrita que marcaria, profundamente, o seu percurso profissional. Além disso, sua busca constante por conhecimento a levou a adquirir formação em três cursos técnicos: Contabilidade, Secretariado e Multimeios Didáticos. No presente, ela continua a sua jornada acadêmica, dedicando-se à Pós-graduação em Psicologia Escolar e Educacional. Esta entrevista nos proporcionará uma visão mais profunda da vida e obra desta talentosa Escirtora, Poetisa e Educadora.
Desde a infância, Eliane foi cativada pelas palavras e pela riqueza dos conteúdos dos livros e das letras musicais. Sua família desempenhou um papel decisivo para que desenvolvesse o seu talento como escritora, inspirando-a a explorar a sua afinidade com os poemas, contos e crônicas, entusiasmo e talento herdados do seu pai, sua tia e irmãos.
Mesmo sendo bastante tímida, Eliane enfrentou desafios e declamou poemas nas escolas onde estudou e em outros locais. Essas experiências foram fundamentais para ganhar confiança e para partilhar a sua paixão pela poesia com outras pessoas, marcando momentos importantes no início da sua jornada literária.
Eliane contribuiu com revistas literárias, como em 2002/2003 quando participou das edições da “Revista Fogo de Chão”, com seus poemas. Também, em meados dos anos 2000, declamou um poema de sua autoria, intitulado: “São Sepé, uma terra sem igual” que foi uma homenagem feita ao município de São Sepé/RS, onde se realizou o “Festival Volta à Querência” e o poema fez parte do CD lançado com o mesmo título do festival, onde reuniu músicas e poemas dos participantes do evento.
Em 2008, publicou vários poemas no “Site de Poesias”, também criou um Blog, com a tecnologia do Blogger, intitulado Curiosidades Diversas, onde posta diversos assuntos interessantes e poemas seus.
Em 2015, o seu poema “Ingrato Amor” foi publicado com centenas de outros autores de países com língua lusa e castelhana e que se encontram unidos pela poesia e pela prosa nas “Antologias LOGOS da Fénix”, renomada revista literária de Portugal. A publicação foi por meio da Academia de Letras e Artes Sepeense (Alas), de São Sepé/RS.
Com mais um conhecimento angariado, suas palavras foram compartilhadas com um público mais amplo e foi possível aprender com escritores de diferentes partes do mundo, enriquecendo a sua carreira literária.
Em 2020, publicou o poema “Retrato de um pai”, no Junipampa, o jornal da UNIPAMPA, o poema homenageia o seu pai João Martins da Silva que teve bar e armazém, durante anos, em São Sepé. Também, seu artigo intitulado: “Relato de Experiências: os livros didáticos e algumas ponderações sobre as propostas pedagógicas” participou do X Fórum EaD – Unipampa – 1ª etapa – Jaguarão/RS.
No ano de 2022, teve poemas publicados no Site “Meu Lado Poético”, e ainda em 2022 a sua jornada literária ganhou uma nova dimensão com a participação em cursos de Literatura de Cordel ministrados por poetas e escritores renomados. Eliane aprendeu novas técnicas e desenvolveu uma compreensão mais aprofundada dessa tradição literária, o que impactou positivamente na sua escrita como poetisa.
Eliane contribuiu com poemas para os livros “Sextilhas para o Amor” e “Septilhas para a Vida”, onde escolheu temas com base em suas experiências e reflexões pessoais. Ela celebrou a complexidade das relações e o vocabulário regionalista do Rio Grande do Sul com o poema “Ingrato Amor” e retratou as festas juninas que remetem às tradições tanto do RS como do nordeste e de todo o Brasil, em “São João, a Vida em Matizes”.
Eliane Kilian da Silva decidiu não parar de evoluir em sua escrita. Com planos de publicar contos de suspense/romance e poemas, ela continua a aprofundar-se na literatura, ansiosa para descobrir onde sua jornada como escritora a levará, sem interesse financeiro, apenas pelo deleite de desfrutar da sua aptidão.
Eliane encerra a entrevista com uma mensagem inspiradora, enfatizando que a paixão e a dedicação podem levar longe em qualquer empreendimento. Ela incentiva aos leitores a explorarem sua criatividade e a expressarem suas vozes únicas através da escrita e da poesia, lembrando o poder mágico da literatura em unir as pessoas por meio da leitura e da escrita, mesmo com toda a diversidade de pensamentos. Enfatiza ainda que ela não se esquece do aprendizado ao longo do seu caminho, pois continua aprendendo e é sempre grata a Deus e a todos que a permitem sonhar e a concretizar o seu sonho de ser uma escritora.
E conclui com uma frase bastante significativa para ela: “Nenhum tempo é melhor que este, Ester, em que o sonho é possível” – Frase da personagem soror Angélica à protagonista Ester, do livro/romance de Jorge Amado: Terras do Sem Fim.
Acompanhe o bate- papo que nos fez conhecer a uma trajetória literária inspiradora e repleta de paixão pela poesia e escrita. Eliane Kilian da Silva é a protagonista dessa história, e ela compartilhará conosco alguns dos momentos marcantes de sua jornada.
Eliane Kilian da Silva: Obrigada. É um prazer compartilhar a minha caminhada literária com todos, pois é um caminho longo a ser trilhado até que alcance um bom aprendizado e algum reconhecimento.
Jornal A Fonte: Desde a infância, você foi atraída pelas palavras e pela riqueza contida nos livros e na música. Pode nos contar como sua família influenciou seu amor pela literatura e pela poesia?
Eliane: Com certeza! Alguns membros da minha família sempre tiveram afinidade com a música e a poesia, o que criou um ambiente propício para que eu explorasse o meu talento desde muito cedo.
Meu pai aprendeu a ler e a escrever sozinho, a sua família tinha vários filhos, ele como mais velho trabalhava na lavoura, seu irmão mais novo que ia à escola era quem escrevia os bilhetes que meu pai ditava e era destinado a uma jovem namorada, entretanto seu mano escrevia ao contrário do que ele falava, descobrindo isso, escondido ele estudou à noite, sob a luz de um lampião.
Meu pai leu diversos livros e duas vezes toda a Bíblia durante a sua vida, ele me contava as histórias bíblicas nas noites frias, em volta do fogão à lenha ou no verão, ao reunir a nossa família, sentados e desfrutando da brisa, no pátio de casa e sob a luz do luar.
Meu pai ainda tocava violão e cantava, meus irmãos também tocavam e cantavam, um deles desenvolveu mais o talento musical, compondo letras de canções tocadas e interpretadas por ele, ainda tenho algumas fitas cassetes que gravei com músicas dele. Uma tia, irmã do meu pai, tocava sanfona, cantava e escrevia letras de músicas. Isso tudo, certamente, despertou o meu gosto musical, amo músicas gaúchas e sertanejas, estilos que predominavam nas músicas cantadas e tocadas pelos meus familiares. Bem como, a arte da leitura e da escrita que já antes de ir à escola, eu já sabia ler e escrever, e quanto mais eu lia livros mais me apaixonava pela escrita e as inspirações poéticas brotavam, naturalmente, assim como histórias que viraram contos.
Jornal A Fonte:Você mencionou que, apesar de ser tímida, enfrentou desafios e declamou poemas em várias ocasiões. Pode compartilhar um pouco mais sobre essas experiências e como elas moldaram sua jornada literária?
Eliane: Claro que sim! A timidez era um obstáculo muito grande, atrapalhou-me muito durante a minha vida, mas que eu precisava superar, e mesmo assim era sempre escolhida para declamar poemas nas escolas onde estudei, assim como declamei na Igreja Católica, no CTG Índio Sepé e até mesmo em praça pública, todos lotados de pessoas, quando era criança. Essas experiências foram fundamentais para ganhar confiança e para compartilhar a minha paixão pela poesia com os outros. Esses momentos importantes marcaram o início da minha jornada literária.
Jornal A Fonte: Em 2002/2003,você contribuiu com a “Revista Fogo de Chão” com seus poemas. também participou do “Festival Volta à Querência” e teve seu poema gravado no CD com o mesmo título. Pode nos falar um pouco mais sobre essas experiências?
Eliane: Foram momentos especiais na minha carreira. Ter meus poemas publicados na “Revista Fogo de Chão” foi uma grande conquista e me motivou a continuar escrevendo e compartilhando meu trabalho com o mundo. Foi um marco na minha jornada literária. Fiz parte das várias edições da revista, as quais eu guardo os exemplares com carinho como se fossem novos. E o “Festival Volta à Querência” foi uma oportunidade única de homenagear minha cidade do coração, São Sepé/RS, com o meu poema: “São Sepé, uma terra sem igual”. Ter meu trabalho registrado em um CD com outros participantes do evento foi uma grande honra. Isso me mostrou o poder da poesia em criar um vínculo entre as pessoas e em celebrar as nossas raízes culturais.
Jornal A Fonte: Em 2015, seu poema “Ingrato Amor” foi publicado na renomada “Antologias LOGOS da Fénix”, uma revista literária de Portugal. Como isso influenciou sua jornada literária?
Eliane: Foi uma experiência enriquecedora. Ver meu trabalho publicado em uma revista internacional me permitiu aprender com escritores de diferentes partes do mundo, o que enriqueceu minha carreira literária. Foi uma enorme oportunidade para eu compartilhar a minha inspiração poética e um pouco da minha cultura com um público mais amplo.
Depois, disso passei alguns anos sem escrever, mas sempre lendo livros. Quando voltei a estudar e fiz o Curso Graduação em Letras Português, tive um artigo da minha autoria com o título: “Relato de Experiências: os livros didáticos e algumas ponderações sobre as propostas pedagógicas” classificado no X Forum EaD – 1ª etapa – UNIPAMPA – Jaguarão/RS.
Jornal A Fonte: Em 2022, sua jornada literária ganhou uma nova dimensão com a participação em cursos de Literatura de Cordel. Como isso impactou sua escrita?
Eliane: A Literatura de Cordel, uma expressão conhecida da cultura brasileira originada no Nordeste, é um gênero literário manifestada em versos rimados, frequentemente escrito e impresso em folhetos, também conhecido como “folheto” ou “literatura popular em verso”. Participar dos cursos de Literatura de Cordel foi uma experiência ímpar. Aprendi novas técnicas e desenvolvi uma compreensão mais profunda dessa tradição literária. Isso teve um impacto positivo na minha escrita como poetisa, e estou ansiosa para explorar ainda mais essa tradição em meus trabalhos futuros.
Jornal A Fonte: Você contribuiu com poemas para os livros “Sextilhas para o Amor” e “Septilhas para a Vida”. Pode compartilhar um pouco sobre os temas que escolheu e como esses livros celebram a cultura do Rio Grande do Sul?
Eliane: Certamente. Fiz parte das duas Antologias lançadas pela equipe que organizou e ministrou a Oficina de Escrita literária – Literatura de Cordel, formada por poetas, poetisas e cordelistas: “Sextilhas para o Amor,” celebrei a complexidade das relações amorosas, utilizando o vocabulário regionalista do Rio Grande do Sul. E em “Septilhas para a Vida,” retratei de modo poético as festas juninas, que remetem às tradições festejadas tanto no RS como no nordeste e em todo o Brasil. Esses livros são uma maneira de celebrar nossa cultura e nossas raízes através da poesia em versos.
Jornal A Fonte: E o que o futuro reserva para Eliane Kilian da Silva? Quais são seus planos literários? E para concluir, você tem uma mensagem para os nossos leitores?
Eliane: Meus planos incluem a publicação de contos de suspense/romance e mais poemas. Estou determinada a continuar aprofundando-me na literatura e a descobrir onde minha jornada como escritora me levará. Meu foco é o prazer da escrita, o aprendizado, ainda levar mensagens reflexivas otimistas, positivas às pessoas, não o interesse financeiro.
Quero enfatizar que a paixão e a dedicação podem nos levar longe em qualquer empreendimento. Encorajo a todos os interessados em trilhar o caminho artístico da escrita a explorarem a sua criatividade e, além disso, expressarem as suas vozes únicas através da poesia que pode ser tanto poemas, como músicas, pinturas, etc. A literatura tem o poder mágico de unir as pessoas por meio da leitura e da escrita, independentemente das diferenças de pensamento. E lembro a todos que sou sempre grata a Deus e a todos que me permitiram sonhar e a concretizar o meu sonho de ser uma escritora.
Para encerrar, quero compartilhar uma frase que é muito significativa para mim: “Nenhum tempo é melhor que este, Ester, em que o sonho é possível” – uma frase da personagem soror Angélica à protagonista Ester, do livro/romance de Jorge Amado: “Terras do Sem Fim”.
Deixo meus agradecimentos à equipe de trabalho do Jornal a Fonte!