Caso do bolo envenenado: autópsia do sogro da mulher investigada pode revelar uma série de crimes cometidos por ela

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul conduz uma investigação de grande repercussão em Torres, onde Deise Moura dos Anjos é acusada de envenenar um bolo que causou a morte de três pessoas e intoxicou outras três, todas da mesma família.

O episódio, ocorrido no Natal de 2024, é atribuído a anos de conflitos familiares entre Deise e sua sogra, Zeli dos Anjos.

Relações tóxicas e suspeitas anteriores. Desde o início de seu casamento, em 2001, Deise e Zeli viveram uma relação marcada por desavenças, agravadas por questões financeiras e pessoais. Em setembro de 2024, meses antes do caso do bolo envenenado, Zeli e Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, passaram mal após consumirem alimentos trazidos por ela. Paulo faleceu dias depois, mas a causa da morte foi inicialmente tratada como infecção alimentar.

Autópsia e novos indícios
A investigação avançou em janeiro de 2025 com a exumação do corpo de Paulo Luiz, para realização de exames toxicológicos que pudessem identificar traços de veneno. Segundo a Polícia Civil, substâncias como o arsênico, presentes no bolo consumido pela família no Natal, podem ser detectadas mesmo meses após a morte.

A perícia busca determinar se a morte de Paulo Luiz também foi causada por envenenamento, o que reforçaria a tese de que ele pode ter sido a primeira vítima de um plano premeditado. A confirmação desses resultados será fundamental para conectar os crimes e fortalecer a acusação contra Deise.

O envenenamento no Natal
Em 23 de dezembro de 2024, Zeli preparou um bolo utilizando farinha contaminada com arsênico, segundo laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP). A ingestão resultou na morte de Maida Flores da Silva (59 anos), Neuza Silva dos Anjos (65 anos), e Tatiana Silva (47 anos). Zeli e outras duas vítimas sobreviveram, mas permanecem com sequelas graves.

Evidências incriminatórias
Mensagens no celular de Deise revelaram pesquisas sobre venenos realizadas antes do crime, contradizendo seu depoimento. A polícia também destacou contradições em suas declarações e sua possível manipulação de ingredientes utilizados no bolo.

Deise, que nega as acusações, está presa temporariamente enquanto as investigações prosseguem. Sua defesa questiona as provas e aguarda a análise detalhada dos exames toxicológicos para elaborar sua estratégia.

Desdobramentos e reflexões
O caso gerou comoção e levantou discussões sobre relações familiares e o fácil acesso a substâncias letais como o arsênico. Para a Polícia Civil, as investigações ainda buscam esclarecer se Deise agiu sozinha, se existiam outros alvos, e se sua motivação era vingança ou algum outro fator oculto.

Enquanto a comunidade local aguarda respostas definitivas, a análise forense do corpo de Paulo Luiz pode ser a peça-chave para desvelar toda a verdade por trás dessa trágica história.

Fonte: G1

📷 Reprodução G1