Chuva, granizo e ventos fortes causam destruição no RS: regiões do estado enfrentam temporais e o alerta continua
Os municípios da Região Central do Rio Grande do Sul foram severamente afetados pelos temporais que assolaram a região na noite de quarta-feira (25/09) e na madrugada de quinta-feira (26/09). Pelo menos sete cidades relataram danos significativos, com destelhamentos, alagamentos e quedas de árvores e postes, agravados pela queda de granizo acompanhada de ventos fortes.
Em Nova Palma, na Quarta Colônia, 15 casas na comunidade de Rincão dos Fréos foram atingidas pelo granizo, levando os Bombeiros Voluntários a distribuírem lonas para os moradores. A Defesa Civil local está contabilizando os danos. Já em Restinga Sêca, o temporal começou por volta das 21h45min e também danificou 15 residências. As plantações de fumo foram particularmente afetadas, segundo Alessandro Zimmer, chefe da Defesa Civil do município.
São João do Polêsine foi uma das cidades mais prejudicadas, com 60 casas danificadas. Equipes da Defesa Civil trabalharam até a madrugada para cobrir os telhados quebrados. Em Caçapava do Sul, onde 20 casas foram atingidas, o aumento dos rios Camaquã e Santa Bárbara preocupa as autoridades locais.
Além disso, Cacequi, que já havia registrado 30 casas destelhadas na quarta-feira, não relatou novos estragos. Lavras do Sul e Faxinal do Soturno também reportaram danos à Defesa Civil, mas detalhes adicionais ainda estão sendo coletados.
Em meio ao cenário de devastação, a Defesa Civil estadual anunciou que 865 pessoas estão desabrigadas em todo o Rio Grande do Sul devido às chuvas. As equipes de emergência seguem em alerta, enquanto a previsão indica que as instabilidades devem continuar, embora sem a intensidade dos últimos dias.
As autoridades pedem à população que se mantenha em segurança e relatam que a assistência será prestada conforme necessário, com o monitoramento contínuo das áreas de risco.
O Rio Grande do Sul registrou volumes de chuva superiores à média mensal em apenas um dia. As consequências foram imediatas e devastadoras, também, nas regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste.
Na quarta-feira (25/09), Camaquã acumulou impressionantes 187 mm de precipitação, superando em 22 mm a média de todo o mês de setembro. São Lourenço do Sul, por sua vez, registrou 182 mm, enquanto a média esperada para setembro é de 145 mm. As chuvas intensas causaram inúmeros transtornos, incluindo o destelhamento de diversas casas.
Defesa Civil em Alerta
Segundo a Defesa Civil, as tempestades e os ventos fortes, que em algumas áreas ultrapassaram os 100 km/h, resultaram em mais de 560 pessoas desalojadas e 299 desabrigadas até a noite de quarta-feira. Em Camaquã, as rajadas de vento destruíram casas e comércios, levando a prefeitura a declarar situação de emergência. O ginásio municipal foi transformado em abrigo para as famílias afetadas.
O granizo foi outro fenômeno extremo que marcou as últimas 24 horas no estado. Em Piratini, foram registradas pedras de gelo com até 7 centímetros de diâmetro e quase 200 gramas de peso, provocando estragos significativos. Já em Bagé, uma casa desabou após o temporal, forçando a evacuação de imóveis vizinhos devido ao risco de novos desmoronamentos.
Previsões e Alerta
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mantém o alerta de perigo de tempestade ativo para grande parte do estado nesta quinta-feira (26/09). A previsão é de chuvas volumosas, granizo e ventos com rajadas que podem ultrapassar os 70 km/h. A Climatempo reforça que as regiões das Missões, Central, Vales e a Região Metropolitana estão sob maior risco.
Embora a sexta-feira (27/09) prometa trazer um pouco mais de estabilidade, ainda há possibilidade de chuva na Região Metropolitana de Porto Alegre e na Serra gaúcha. O fim de semana deve marcar o retorno do sol, com temperaturas em elevação, mas a população deve permanecer atenta aos alertas climáticos, já que os ventos podem manter o clima ameno e instável em todo o estado.
O recente episódio de chuvas extremas no Rio Grande do Sul não só evidencia os desafios impostos pelas condições climáticas severas, mas também ressalta a necessidade de preparação e resposta eficaz por parte das autoridades e da população. A recorrência de eventos climáticos extremos na região, como enchentes e tempestades, exige um olhar atento para as mudanças climáticas e a adoção de medidas que minimizem os impactos sobre as comunidades afetadas.
Com o clima instável persistindo, o alerta permanece para todos no estado: é tempo de precaução e de solidariedade, para que seja superado mais esse desafio imposto pela natureza.