Chuva preta pode atingir o RS no fim de semana: entenda o fenômeno
A previsão de “chuva preta” para o Rio Grande do Sul neste fim de semana preocupa meteorologistas e a população. Esse fenômeno, raro e alarmante, é causado pela fuligem proveniente das intensas queimadas na Amazônia e na Bolívia, que estão transportando uma densa pluma de fumaça até o sul do Brasil. Segundo a MetSul Meteorologia, a fuligem em suspensão na atmosfera pode se combinar com a umidade trazida por uma frente fria, resultando em uma precipitação escura e carregada de partículas poluentes.
Esse tipo de chuva ocorre quando as partículas de fuligem se misturam com as gotas de chuva, levando a uma precipitação com aspecto escurecido.
A fuligem, composta principalmente por pequenas partículas de carbono, tem a capacidade de viajar longas distâncias quando levada por correntes de ar, como as correntes de jato em baixos níveis, que são ventos intensos localizados na parte inferior da atmosfera. Recentemente, uma dessas correntes transportou grande quantidade de fumaça de áreas de queimadas e poluição industrial para o Rio Grande do Sul, elevando o risco da formação da chuva escura na região.
A chuva esperada pode ser irregular e com baixos volumes, a água dessa chuva pode parecer escura, mas o fenômeno não é apenas um alerta visual, também é um indicativo das condições ambientais preocupantes na região amazônica, pois a “chuva preta” serve como demonstrativo dos altos níveis de poluição atmosférica e pode ter vários impactos negativos. Quando essas partículas caem junto com a chuva, elas podem poluir solos, corpos d’água e causar danos a superfícies urbanas, como edifícios, piscinas e veículos, além de aumentar os custos de manutenção desses locais.
Esse fenômeno também serve como um alerta para a necessidade de medidas mais eficazes no combate à poluição, visando a preservação do meio ambiente e da saúde pública.
O modelo de dispersão de aerossóis do Copernicus mostra um extenso corredor de fumaça cobrindo parte da América do Sul, desde o Norte até o Sul do Brasil e Uruguai. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais revelam que a Amazônia, ontem, dia 30/08, teve um dos piores dias de queimadas deste ano, com 3.224 focos de calor detectados entre quinta e sexta-feira, superando recordes anteriores.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que também participa do monitoramento e previsão desses fenômenos, foi criado em 1909. Com mais de um século de história, o INMET utiliza dados de estações meteorológicas espalhadas pelo país para fornecer previsões meteorológicas precisas e avisos importantes, como os relacionados à chegada da “chuva preta”.
Para mais informações, acompanhe as atualizações dos órgãos meteorológicos e mantenha-se informado sobre as mudanças climáticas na sua região.
Fontes: MetSul Meteorologia e INMET