Chuvas extremas revelam vulnerabilidade dos municípios brasileiros
Uma pesquisa recente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) expõe a falta de preparo da maioria das cidades brasileiras diante de eventos climáticos extremos, como os que assolam o Rio Grande do Sul.
Denominada “Emergência Climática”, a pesquisa realizada entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 avaliou o preparo das cidades contra desastres climáticos, a elaboração de planos de mitigação e adaptação, e as medidas estruturais para enfrentar emergências climáticas.
Dos 3.590 municípios que participaram da pesquisa, 43,7% indicaram não possuir um setor ou profissionais responsáveis pelo monitoramento de áreas de risco, enquanto apenas 38,7% afirmaram possuir tais recursos. Alarmantemente, 57% das cidades não têm sistemas de alerta móvel ou fixo para desastres, e apenas 5% possuem sistemas fixos com alto-falantes e sirenes.
A CNM alerta que, diante das projeções climáticas para o Brasil, o panorama é mais desafiador do que otimista, ressaltando que os municípios, principalmente os de menor porte, não têm capacidade financeira para arcar com os custos de gestão e prevenção de desastres.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Regional revelam que o Brasil registrou 4.728 mortes causadas por desastres naturais entre 1991 e 2022, sendo 2011 um dos anos mais trágicos, quando fortes chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro resultaram em cerca de 957 mortes.
As chuvas recentes no Rio Grande do Sul já causaram prejuízos financeiros estimados em mais de 559 milhões de reais, afetando mais de 330 municípios. Com 95 mortos e 1321 desaparecidos, a situação é crítica, com milhares de pessoas ilhadas e em abrigos. Embora, Porto Alegre tenha sido duramente atingida, não houve registro de mortes na capital, mas o fechamento do aeroporto evidencia o impacto das chuvas.
Enquanto as cidades afetadas lutam para lidar com as consequências das enchentes, a pesquisa da CNM destaca a urgência de investimentos em medidas preventivas e de adaptação para enfrentar os desafios climáticos crescentes.
Fontes: Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e dados do Ministério do Desenvolvimento Regional.